No último domingo, 30 de novembro, o prefeito de Vargem Grande Paulista, Piter Santos, causou confusão na saída de um show de rap na região metropolitana de São Paulo. O gestor municipal chegou aparentemente embriagado ao local, onde ocorria a Semana do Hip Hop de Vargem Grande Paulista, e chamou o público e os artistas de “vagabundos” e “maloqueiros”. Além disso, Piter afirmou que “nevera mais” haveria eventos de rap na cidade, gerando um clima tenso entre os presentes. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o prefeito batendo boca com artistas, entre eles Eduardo Taddeo, que havia acabado de se apresentar.
O cantor e compositor Tarcisio Ruffino Freire, conhecido como Gordinho Primeiro Ato, que acompanha Taddeo nos shows, afirmou que o evento já havia terminado quando Piter apareceu. Gordinho confirmou que o prefeito chamou os presentes de maloqueiros e vagabundos e questionou se os envolvidos no evento pensavam “que lá não tinha dono”. Além disso, Piter teria mandado agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) “encher” os carros dos artistas de multa, mesmo estando no estacionamento dos artistas e não em via pública. Segundo relatos, o prefeito saiu do local após causar confusão e teria ido a um camarim do evento e acionado a Polícia Militar (PM), com medo de ser linchado pelos presentes. A Prefeitura de Vargem Grande Paulista foi procurada para comentar o caso, mas não obteve retorno até o momento.
Piter Santos é réu em uma ação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que investiga o crime de lavagem de dinheiro. Ele já era investigado quando foi eleito prefeito de Vargem Grande Paulista, com 17.908 votos. Segundo o MPSP, Piter ajudou o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, a dissimular a origem de dinheiro do crime em postos de gasolina e outros bens, como carros e uma casa. Ney responde a uma ação penal na qual é apontado como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). O relacionamento entre Piter e Ney Santos transcende as lavagens de dinheiro apuradas, tendo Piter sido o fornecedor dos veículos da campanha política de Ney Santos para prefeito em 2016, na qual ele saiu vencedor.
O caso tem gerado reações negativas entre os moradores de Vargem Grande Paulista e os artistas que participaram do evento. A atitude do prefeito foi visto como um ataque à liberdade de expressão e à cultura hip hop. O episódio também levanta questionamentos sobre a postura do prefeito e sua capacidade de liderar a cidade. Com a investigação do MPSP em andamento, Piter Santos enfrenta um desafio adicional à sua gestão, que já está sob escrutínio devido às acusações de lavagem de dinheiro. O futuro do prefeito e da cidade permanece incerto, à medida que os fatos continuam a ser apurados e as consequências de suas ações se desenrolam.
