Metallica lançou, recentemente, o documentário “Metallica Saved My Life”, que tem como foco a diversidade de sua base de fãs ao redor do globo. O filme, dirigido por Jonas Åkerlund, foi exibido em festivais de cinema e em sessões especiais em cidades que tiveram passagem da turnê M72, a mais recente da banda. O título já indica a temática central: a forma como a música metal cria laços de identidade e esperança em pessoas de diferentes faixas etárias e contextos sociais, um fato que o próprio frontman James Hetfield destacou em entrevista ao CBS This Morning.
No cerne da obra está a celebração do público que acompanha Metallica há décadas, desde os primeiros fãs que assistiram ao show com os pais ou avôs até a nova geração que entra em palcos com amigos e desconhecidos. Hetfield descreveu o cenário como “três gerações de pessoas se abraçando” e ressaltou a presença de “crianças na frente, pessoas idosas, cadeirantes, todas juntas”. Esse sentimento de comunidade, que a banda chama de “família”, foi a razão para a produção do filme: capturar não só a performance, mas a energia que nasce do encontro entre artistas e fãs.
A produção do documentário contou com entrevistas de fãs de várias partes do mundo, revelando como o som de Metallica se tornou uma fonte de identidade e resiliência. Durante um painel no Mill Valley Film Festival, em outubro, o baterista Lars Ulrich ecoou a mensagem de Hetfield, enfatizando a intenção de “virar a câmera 180 graus”, transformando o foco de quem grava para quem é gravado. A escolha de Åkerlund trouxe uma estética visual que mistura imagens de shows ao vivo com depoimentos íntimos, reforçando o conceito de comunidade. A turnê M72, que atravessou 17 cidades norte‑americanas, serviu de palco para sessões do filme em formato incompleto, permitindo que os fãs experimentassem a narrativa antes do lançamento oficial.
Embora ainda não haja previsão de lançamento oficial do filme completo, o impacto das sessões pré‑lançamento já demonstrou a importância que a banda atribui à sua base de fãs. O fenômeno de um grupo de rock que permanece relevante há mais de três décadas, em meio a mudanças de cenário musical, é refletido na contínua paixão de Hetfield pelo trabalho e na energia que os encontros entre gerações geram. Metallica, ao documentar essa conexão, oferece ao público uma oportunidade de reconhecer a própria identidade dentro de um coletivo, sem que o filme se transforme em propaganda, mas sim em um registro autêntico da força que a música metal exerce sobre a vida das pessoas.
