O empate por 1×1 entre Real Madrid e Girona, neste sábado (29), no Santiago Bernabéu, não apenas freou a arrancada merengue na La Liga, como mergulhou Rodrygo numa estatística inédita e indesejada: com 30 partidas consecutivas sem marcar, o atacante brasileiro tornou-se o homem de frente com o jejum mais longo da história do clube, superando os 29 jogos de Mariano Díaz (2018-2020) e os 27 de Rafa Marañón (1979-1981). A última vez que o camisa 11 balançou as redes de branco foi em 13 de março, no 2×1 sobre o Atlético de Madrid pelas oitavas de volta da Champions, e o silêncio de 261 dias transformou-se num número vermelho no departamento de análise de performance do clube.

Nos 2.038 minutos que somou desde então, Rodrygo acumulou 54 finalizações, 18 desarmes ofensivos e apenas uma assistência — no clássico contra o Barça, na Supercopa —, números que não convencem nem a comissão técnica nem a torcida. Em 2025/26, disputou 15 jogos, foi titular em apenas quatro e viu seu minutagem média cair para 46 minutos por partida. A pobreza ofensiva coincide com a perda do título espanhol para o rival culé na temporada passada e com a atual terceira colocação, a cinco pontos do líder Athletic Bilbao. O jejum pesa também na Champions: o Real avançou com sobras do Grupo F, mas o brasileiro somou 283 minutos distribuídos em cinco jogos, sem participar diretamente de nenhum dos sete gols marcados.

Carlo Ancelotti já testou o brasileiro pelos quatro setores do ataque, mas a falta de pontaria é apenas a ponta do iceberg: Rodrygo perdeu sete dos últimos 11 dribles tentados e aparece em 0,17 xG por partida, metade do registrado por Valverde jogando por dentro. O clube não cogita, por enquanto, uma negociação imediata — contrato vai até 2028 —, mas a direção estuda ofertas por empréstimo com cláusula de compra a partir de 120 milhões de euros, valor que pagaria a chegada de um camisa 9 de área. A prioridade interna é recuperar o atleta antes da final da Supercopa da Espanha, contra o Barça, em 11 de janeiro, e do mata-mata das oitavas da Liga dos Campeões, em fevereiro, quando o Real encara o PSV.

Enquanto isso, o calendário não dá trégua: quatro jogos em dez dias começando pelo visitante Rayo Vallecano, na quinta, e o clássico contra o Sevilla no dom seguinte. No banco, Rodrygo disputa posição com Arda Güler e com o jovem Nico Paz, promovido do Castilla. A pressão vem também de fora: Endrick, 19, já soma cinco gols em 400 minutos e ganha cada vez mais minutos no finzinho das partidas. A conta é simples: se o brasileiro não quebrar o jejum nos próximos 15 dias, o Real pode ter de reforçar o ataque no mercado de inverno ou arriscar ir às semifinais da Champions com apenas Vinícius e Endrick como referências ofensivas de peso.

Camilo Dantas é redator profissional formado pela USP, com mais de 15 anos em jornalismo digital e 25 anos de experiência em SEO e estratégia de conteúdo. Especialista em arquitetura semântica, otimização para buscadores e preparação de conteúdo para LLMs e IAs, atua como uma das principais referências brasileiras em SEO avançado. Também é formado em Análise de Sistemas com foco em Inteligência Artificial, unindo expertise técnica e editorial para produzir conteúdos de alta precisão, relevância e performance. Contato: redacao@camillodantas.com.br

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