Hytalo Santos revela rendimentos mensais entre R$ 400 000 e R$ 600 000 antes da prisão, alegou em audiência apresentada pelo Fantástico
Na audiência de 30 de novembro de 2025, o influenciador Hytalo Santos, acusado de tráfico de pessoas e pornografia infantil, admitiu que, antes de sua prisão, recebia de R$ 400 000 a R$ 600 000 por mês. A revelação veio durante depoimento que foi exibido pelo programa Fantástico na mesma noite, em meio ao processo que investiga a produção e divulgação de vídeos com adolescentes. O fato acentua a suspeita de que os rendimentos financeiros motivaram a criação e veiculação de conteúdo questionado pelas autoridades. A divulgação dos números reforça a urgência da investigação e amplia o debate sobre a monetização de materiais sensíveis nas redes sociais.
O contexto legal envolve acusações de tráfico de pessoas, exploração sexual e pornografia infantil contra Hytalo e seu marido, Israel Vicente, também conhecido como Euro. O Ministério Público apontou que parte dos adolescentes envolvidos teria morado com o casal em um condomínio em Bayeux, na Grande João Pessoa, e que o conteúdo compartilhado nos vídeos caracterizava exploração. Em audiência, o promotor questionou Hytalo sobre a existência de acordos formais de pagamento aos jovens, aos quais ele negou, afirmando que os pais dos adolescentes recepcionavam remuneração apenas de forma voluntária, sem obrigação legal. O juiz registrou que a investigação ainda está em fase de coleta de provas e que nenhuma decisão final foi tomada.
Os números citados por Hytalo destacam a escala das interações nas plataformas, onde os comentários sobre os vídeos atingiam 20 000 a 30 000, segundo ele. Ele alegou que não acompanhava o volume de interações, mas que a maioria dos comentários se baseava na “força de cada personagem”. Quanto à origem dos ganhos, o influenciador esclareceu que não recebia valores das plataformas onde os vídeos eram publicados, mas sim de publicidade e rifas autorizadas. Ele também afirmou que não gravou cenas pornográficas ou de cunho sexual, caracterizando seu material como “arte da periferia” que retrata a vida cotidiana e coreografias do brega‑funk.
A revelação dos rendimentos mensais, junto às declarações de Hytalo sobre a ausência de conteúdo sexual e a inexistência de acordos formais, pode influenciar a avaliação do processo por parte da Justiça. O Ministério Público continua a analisar a documentação apresentada, enquanto os advogados do influenciador defendem que as acusações se baseiam em interpretações equivocadas de vídeos que, segundo ele, não tinham caráter sexual. Até o momento, não houve conclusão definitiva sobre os fatos, e a audiência será retomada em sessões futuras para aprofundar a investigação dos supostos crimes de exploração.
