Um vídeo publicado pelo Sindicato dos Professores e Funcionários de Escolas do Paraná (APP-Sindicato) no dia 30 de novembro de 2025, em seu perfil no Instagram, denuncia uma suposta doutrinação e violação dos direitos de alunos adolescentes pelo programa Colégios Cívico-militares em uma escola estadual da capital Curitiba. Nas imagens, é possível ver um grupo de estudantes uniformizados entoando um canto atribuído ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, com letra que faz apologia ao ódio e violência. Eles marcham em linha na quadra da escola, sob observação de um militar aposentado. A denúncia gerou repúdio do deputado estadual Tadeu Veneri, que afirmou que o caso será levado ao Ministério da Educação e à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
A publicação do vídeo pelo APP-Sindicato é resultado de uma série de denúncias recebidas pelo sindicato desde o início do programa Colégios Cívico-militares. Segundo a presidenta do APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, cenas como as do vídeo não são isoladas e representam uma violação dos direitos dos alunos. Ela defendeu que a escola pública está sendo usada para promover uma doutrinação ideológica extremista, que prega o ódio, a violência, o massacre e o extermínio de comunidades periféricas. A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) informou que tem conhecimento das imagens e solicitou informações à direção da escola e aos profissionais envolvidos, afirmando que o conteúdo registrado não condiz com as diretrizes, princípios e orientações da rede estadual de ensino. A Seed-PR repudia qualquer manifestação que estimule violência ou discriminação.
O programa Colégios Cívico-militares tem sido ampliado no Paraná. No último dia 19 de novembro, a Seed-PR anunciou um aumento no número de escolas que passarão a adotar o modelo cívico-militar, totalizando 345 instituições. Segundo a secretaria, o aumento é resultado da consulta pública realizada no começo do mês em escolas da rede estadual, que registrou uma aprovação de 66% das unidades consultadas. O APP-Sindicato e o deputado estadual Tadeu Veneri têm se manifestado contra a expansão do programa, alegando que ele promove uma doutrinação ideológica extremista e viola os direitos dos alunos. O caso gerou um debate sobre a implementação do programa Colégios Cívico-militares no Paraná e sobre a necessidade de garantir a segurança e o bem-estar dos alunos em instituições de ensino.
A denúncia do APP-Sindicato e as declarações do deputado estadual Tadeu Veneri demonstram a preocupação com a possibilidade de doutrinação ideológica extremista em escolas públicas do Paraná. A Seed-PR afirmou que não condiz com as diretrizes, princípios e orientações da rede estadual de ensino e que repudia qualquer manifestação que estimule violência ou discriminação. O caso está sendo monitorado e pode ser levado a órgãos superiores, como o Ministério da Educação e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, para que sejam tomadas medidas para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos em instituições de ensino. O governo do Paraná ainda não se pronunciou sobre o caso.
