Wandemberg da Silva Ribeiro, conhecido como Lobão nas redes sociais, foi alvo da Operação Zero Grau, deflagrada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) na manhã de segunda-feira, 8 de dezembro. A operação teve como objetivo reprimir influenciadores que promovem manobras ilegais e de risco extremo em vias públicas, transformando-as em conteúdo para redes sociais. Wandemberg, de 32 anos, é conhecido por divulgar vídeos de manobras radicais em sua conta no Instagram, onde acumula mais de 100 mil seguidores. A operação resultou na apreensão de diversos veículos de luxo e uma moto aquática.
A investigação aponta que Wandemberg não agiu sozinho, pois equipes seguiam o equipamento em um veículo de passeio, que teria deixado o motojet adaptado na descida do vão central da Ponte Rio-Niterói. Ele também teria circulado com o equipamento pela Linha Vermelha, Linha Amarela e por até faixas do BRT, sempre registrando tudo em vídeo. A PRF concluiu que não havia qualquer autorização do Detran para circulação daquele tipo de veículo, que representa risco severo para o trânsito. A Operação Zero Grau cumpriu mandados de busca e apreensão na zona Norte, zona Oeste e Baixada Fluminense.
Os investigadores identificaram crimes de atentado à segurança de meios de transporte, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo, incitação ao crime e associação criminosa. A Polícia Civil afirma que os influenciadores atuavam como uma espécie de “hub digital” do crime de trânsito. Alguns perfis eram usados para marcar encontros, divulgar rotas, exibir veículos adulterados e até anunciar eventos clandestinos. Além do material digital, foram apreendidos motocicletas, quadriciclos e carros de luxo usados nas gravações.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) informou que os perfis mantinham um padrão, com publicações sincronizadas, hashtags idênticas e aparições conjuntas, sempre com equipamentos adulterados, motos de alto valor e uma estética fabricada para atrair seguidores. Segundo a DRCI, não se tratava apenas de exibicionismo, mas de uma rede organizada, com influenciadores que lucravam com publicidade, venda de produtos, monetização de vídeos e até eventos clandestinos.
