Na noite de 2 de setembro deste ano, menos de 24 horas antes da ação policial que resultou na prisão do deputado estadual TH Joias, por tráfico de drogas e ligação com a facção criminosa Comando Vermelho, ocorreu uma comunicação urgente entre o então deputado e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, deputado estadual da União Brasil. A informação foi revelada após a quebra do sigilo telemático de TH Joias, que possuía o presidente da Alerj como o primeiro contato de emergência e o chamava de “01”. A Polícia Federal (PF) está investigando se Bacellar teria vazado informações sobre a Operação Zargun a TH Joias.
O contexto institucional do caso é marcado pela proximidade entre Bacellar e a facção criminosa Comando Vermelho (CV), que teria sido constatada pelas investigações da PF. A facção, com uma liderança bem defineda no Complexo do Alemão, manteve contato próximo com o parlamentar, que ajudaria, posteriormente, na fuga de TH. De acordo com as investigações, a facção CR teria contatado um delegado na PF, policiais militares, e o atual secretário estadual de RH e secretário municipal e estadual no passado. Além disso, o parlamentar deu apoio material para a prisão do deputado. O caso se insere em um contexto mais amplo de corrupção envolvendo a cúpula do CV e agentes políticos e públicos.
As investigações da PF revelaram também que TH Joias mantinha contato próximo com a cúpula do CV, inclusive com o conhecido do Comando Vermelho Edgard Alves Andrade, o Doca, e ostentava riqueza ilícita nas redes sociais. Em uma oportunidade, uma foto de pilhas de dinheiro foi revelada pela PF, o que demonstra a riqueza que o envolvimento com o crime organizado propiciou a TH Joias. As investigações também constataram que TH ostentava fortunas ilícitas nas redes sociais, que segundo a PF foram adquiridas por meio de tráfico de drogas e outras práticas ilícitas. O caso envolve um esquema de corrupção envolvendo a liderança da facção no Complexo do Alemão e agentes políticos e públicos, incluindo policiais militares, policiais e agentes públicos.
A gravidade dos fatos narrados pela PF é indicada em declaração do Ministério Público Federal e da PF, segundo os quais Bacellar estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção CR e ações do crime organizado. Isso ocorre principalmente, considerado a influência que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro tinha em alguns setores administrativos.
