Em 27 de novembro de 2025, durante a celebração do 105º aniversário da Aviação Militar Bolivariana, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que 82% da população venezuelana está disposta a lutar armadamente contra os Estados Unidos caso o país seja atacado. A declaração foi feita em um contexto de tensão crescente entre Caracas e Washington, com tropas norte-americanas se aproximando do território venezuelano e 22 embarcações já bombardeadas pela frota dos EUA na região do Caribe e do Pacífico, sob a justificativa de combate ao narcotráfico, sem que tenham sido apresentadas provas concretas de envolvimento dos alvos com o tráfico de drogas.

    A escalada militar iniciou-se há 17 semanas, segundo Maduro, que acusa o governo de Donald Trump de ameaçar a paz na América Latina com argumentos que, segundo ele, não encontram respaldo na opinião pública internacional. O Executivo venezuelano tem reiterado que as operações dos EUA configuram uma investida imperialista contra a soberania nacional e regional. Em resposta, a administração Trump sustenta que as ações visam neutralizar rotas de narcotráfico que atravessam o Caribe e o Pacífico, afirmando que a presença militar é defensiva e coordenada com agências antidrogas dos países vizinhos.

    As Forças Armadas venezuelanas permanecem em estado de alerta desde que navios de guerra norte-americanos intensificaram patrulhas próximas às águas jurisdicionais venezuelanas. O Ministério da Defesa de Caracas informou que reforços terrestres e aéreos foram deslocados para a faixa costeira, enquanto o Parlamento, de maioria oficialista, aprovou na terça-feira (25/11) uma autorização para o uso de recursos extraordinários do Orçamento militar, destinando 12% da despesa fiscal à modernização de sistemas de defesa aérea e naval. O objetivo, segundo o relatório aprovado, é “preservar a integridade territorial ante eventuais incursões extrarregionais”.

    Do lado dos EUA, o Departamento de Estado reafirmou que “não há intenção de operação ofensiva contra a Venezuela”, mas manteém a política de “interceptação preventiva” de embarcações suspeitas. A Embaixada dos EUA em Brasília informou que os bombardeios ocorreram em águas internacionais e foram precedidos de avisos via rádio, sem que houvesse violação de espaço aéreo ou marítimo venezuelano. Entretanto, o governo de Maduro apresentou à Organização dos Estados Americanos (OEA) uma nota de repúdio, exigindo a convocação de uma sessão extraordinária do Conselho Permanente para discutir o que chama de “agressão contínua”. Até o momento, nem a OEA nem o Conselho de Segurança da ONU se pronunciaram oficialmente sobre o caso.

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