A Justiça da Turquia ordenou, essa sexta-feira, a prisão de 46 pessoas, dentre elas 29 jogadores de futebol suspeitos de envolvimento com apostas relacionadas a partidas de futebol. Além disso, dois presidentes de clubes da terceira divisão país foram presos, suspeitos de tentar influenciar o resultado de um jogo entre suas equipes. O resultado desta ordem judicial tem significativas implicações para o esporte turco, uma vez que vários jogadores de futebol de alto nível, incluindo atletas da Galatasaray e Fenerbahçe, estão envolvidos no esquema.
Os detalhes do caso são preocupantes, uma vez que indicam uma larga escala do envolvimento de atletas de futebol no esquema de apostas ilegais. O mete de alguns dos atletas envolvidos chama a atenção. Por exemplo, Metehan Baltaci, jogador da Galatasaray, atual tricampeão turco, está entre os detidos juntamente com Mert Hakan Yandas, do Fenerbahçe. Além disso, dois presidentes de clubes da terceira divisão turca também foram presos, sob a acusação de tentar influenciar o resultado de um jogo entre suas equipes. O fato de atletas da Fenerbahçe e Galatasaray, duas das equipes mais tradicionais do país, estarem envolvidas no caso não passa despercebido e deixa claro que o problema é mais amplo e mais profundo do que uma simples falha individual.
O contexto é ainda mais grave, pois se soma a uma longa série de casos de corrupção na árbitragem e no futebol turco, que vêm à tona nos últimos meses. A revelação feita em outubro de que 371 dos 571 árbitros de futebol turco possuem contas em sites de apostas e que, entre eles, 152 fizeram apostas em partidas de futebol, é um indicativo de que o problema é mais profundo e que a cultura de apostas ilegais está muito arraigada no futebol turco. A Justiça da Turquia, a Procuradoria Geral e a Federação Turca de Futebol (TFF) agora precisarão agir de forma contundente para desmantelar o esquema de apostas ilegais e garantir a integridade do esporte, mas a perspectiva de uma temporada turbulenta para o futebol turca é cada vez mais provável. Ao serem presos e interrogados, os jogadores de futebol detidos, ao lado dos presidentes de clubes, vão precisar contar em detalhes o que eles faziam, como sabiam sobre as manipulações e como eles participaram disso.
