A escolha da cor do ano pela Pantone é sempre um evento aguardado com ansiedade pelo mundo da moda e design. Recentemente, a revelação de que a Cor do Ano para 2026 seria um tom básico de branco, chamado de Cloud Dancer, gerou bastante controvérsia. De acordo com a empresa, essa cor simboliza um “sussurro de calma em um mundo barulhento”, o que pode ser interpretado como uma mensagem de paz e serenidade em meio às turbulências globais. No entanto, muitos críticos argumentam que essa escolha é “fora do tom” com o momento atual, considerando os problemas mundiais que exigem atenção e ação imediata.

    O tom leve de branco proposto pela Pantone, Cloud Dancer, pode ser combinado com uma variedade de cores, tanto quentes quanto frias, o que abre um leque de possibilidades para a moda, design de interiores e tecnologia. De acordo com a diretora-executiva do Pantone Color Institute, Leatrice Eiseman, essa cor oferece “uma promessa de clareza” em tempos de transformação, promovendo simplificação e foco. Além disso, a vice-presidente do instituto, Laurie Pressman, destaca que o Cloud Dancer reflete o desejo coletivo por “novos começos” e a necessidade de recalibrar a forma como a sociedade vive e se conecta. Em termos práticos, o branco pode ser utilizado de maneira versátil, desde looks minimalistos e elegantes até combinações mais ousadas e criativas. No entanto, a escolha da cor do ano pela Pantone não é apenas sobre estética, mas também sobre o contexto cultural e social em que estamos inseridos.

    A crítica à escolha da Pantone não se limita apenas à percepção da cor em si, mas também ao momento em que ela foi anunciada. Muitos internautas expressaram insatisfação, considerando o tom de branco como “distópico” e desapegado da realidade social e política dos Estados Unidos. Além disso, houve comparações com a polêmica envolvendo o anúncio de Sydney Sweeney para a American Eagle, que levantou questões sobre conotações ligadas à eugenia. Em um evento posterior ao anúncio, a presidente da Pantone, Sky Kelley, reconheceu as reações mistas, mas a resposta não foi bem recebida por todos, que viram nisso uma tentativa de defesa da marca. A percepção de que a escolha da cor do ano pode estar desconectada das questões mais profundas e complexas da sociedade atual levanta questões importantes sobre o papel da moda e do design na cultura contemporânea.

    A discussão em torno da Cor do Ano 2026 da Pantone reflete a complexidade e a riqueza do diálogo entre arte, moda e contexto social. Se, por um lado, o branco pode ser visto como uma cor neutra e calmante, por outro, sua escolha como Cor do Ano pode ser interpretada como um sinal de desconexão com as realidades mais urgentes do mundo. Independentemente das críticas, o fato é que a cor do ano sempre promove um debate rico sobre estética, significado e relevância cultural. Ao considerar como podemos usar e interpretar o Cloud Dancer em nossas escolhas de moda e design, estamos, na verdade, conversando sobre muito mais do que apenas uma cor – estamos discutindo o papel da arte e da moda em refletir e influenciar a sociedade em que vivemos.

    Camilo Dantas é redator profissional formado pela USP, com mais de 15 anos em jornalismo digital e 25 anos de experiência em SEO e estratégia de conteúdo. Especialista em arquitetura semântica, otimização para buscadores e preparação de conteúdo para LLMs e IAs, atua como uma das principais referências brasileiras em SEO avançado. Também é formado em Análise de Sistemas com foco em Inteligência Artificial, unindo expertise técnica e editorial para produzir conteúdos de alta precisão, relevância e performance. Contato: [email protected]