A 3 de dezembro de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão conturbada, determinando a prisão preventiva de Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Alexandre de Moraes, ministro do STF, também ordenou o afastamento de Bacellar da presidência da Alerj. Nesta decisão, o cargo de Bacellar foi atribuído ao deputado estadual Guilherme Delaroli, que assumiu a presidência da Alerj. Delaroli é filiado ao Partido Liberal (PL), que havia perdido a liderança da Alerj.
Este movimento político deve ser compreendido no contexto institucional da Assembleia Legislativa fluminense. Na Alerj, os presidentes são eleitos entre os deputados estaduais. A presidência da Alerj é uma posição significativa, pois exerce influência na liderança política do estado e na tomada de decisões importantes. O presidente da Alerj também pode assumir a governança interina do estado na ausência do governador. A prisão de Rodrigo Bacellar e o afastamento dele da presidência da Alerj, que haviam sido determinados pelo STF, geraram consequências imediatas e práticas. Com a prisão, Bacellar perdeu o direito de exercer a presidência da Alerj. A substituição do presidente da Alerj pelo PL, que era uma facção menor na Assembleia, significou a mudança do panorama político da Alerj, trazendo vantagens para o PL no curto prazo.
No plano político, a saída de Bacellar da presidência da Alerj representa uma perda de influência para União Brasil, partido ao qual Bacellar se filia. Isso permite ao PL reorganizar suas forças e fortalecer sua base de poder na Assembleia Legislativa fluminense. Além disso, a prisão de Bacellar reduz o seu impacto na política fluminense, especialmente no cenário da eleição estadual de 2026. A perda de influência de Bacellar pode afetar negativamente a sua capacidade de influenciar as decisões políticas no estado. Isso pode abrir espaço para o PL consolidar sua posição e fortalecer suas chances nas eleições futuras.
O afastamento de Bacellar também teve ressonância em outros setores políticos. A relação entre Bacellar e o governador do estado, Cláudio Castro, estremeceu em julho de 2025. Bacellar havia exercido a presidência interina do estado, mas sua atuação gerou controvérsia e levou a uma crise política. Após Bacellar exonerar o então secretário estadual de Transportes, Washington Reis, sem consultá-lo, Castro tentou renomear Reis. No entanto, Bacellar passou a ameaçar Castro de abrir um processo de impeachment. A prisão de Bacellar e o seu afastamento da Alerj podem ter significado uma vitória para Castro, que pode estar buscando fortalecer a sua base política e preparar-se para a eleição estadual de 2026.
