Operação Omertà: Polícia Civil prende cinco membros de grupo que sequestrava e torturava vítimas em troca de dinheiro
A Polícia Civil de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, prendeu cinco integrantes de um grupo que transformou cobranças de dívidas, de traficantes e agiotas em sessões de tortura, sequestros e extorsões. A operação, batizada de Omertà, foi realizada na manhã de quinta-feira (27/11) e teve como resultado as prisões simultâneas em Caxias do Sul e Imbituba, em Santa Catarina. A Polícia Civil informou que os suspeitos foram identificados como responsáveis por submeter vítimas a agressões filmadas, cárcere e ameaças, utilizando um modus operandi inspirado nas organizações mafiosas que inspiram o nome da operação.
A investigação começou após a prisão do primeiro suspeito, um indivíduo identificado como torturador profissional, responsável por executar as “cobranças” encomendadas. Durante a busca pela residência do suspeito, policiais encontraram vídeos gravados entre maio e agosto deste ano, que mostram vítimas ajoelhadas, amarradas e sendo agredidas com porretes, bastões e máquinas de choque. Além disso, foram apreendidos celulares, drogas e instrumentos idênticos aos utilizados nas agressões, incluindo um pé de cabra e uma barra metálica. As roupas vistas nas gravações também foram encontradas na residência do suspeito.
A apuração, conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia de Caxias do Sul, identificou outros integrantes do grupo, incluindo um responsável por acompanhar o torturador nos sequestros, cuidar da movimentação das vítimas e filmar as sessões de violência. Esses envolvidos também foram presos na manhã de quinta-feira. Outros dois suspeitos foram detidos, incluindo um que é acusado de executar cobranças especialmente violentas e outro que foi identificado como o torturador profissional em uma fase anterior da investigação. De acordo com a Polícia Civil, o grupo agia a mando de traficantes e agiotas que terceirizavam as cobranças e pagavam um “serviço” por essas ações. A operação Omertà visa desmantelar a engrenagem clandestina que move o crime organizado e garantir a segurança das vítimas. Os suspeitos estão sendo investigados e podem enfrentar acusações de sequestro, tortura, extorsão e outros crimes.
