A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu, por 42 votos favoráveis e 21 contrários, revogar a prisão do seu presidente, Rodrigo Bacellar, acusado de vazar informações sigilosas sobre uma operação da Polícia Federal. A decisão foi tomada em votação aberta aos 70 parlamentares, após um projeto de resolução que recomenda a soltura de Bacellar ter sido aprovado. A prisão havia sido ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de vazamento de dados sobre a operação que visava o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, que está preso por colaborar com o crime organizado.
A prisão preventiva de Bacellar foi decretada após a Polícia Federal (PF) concluir que ele havia vazado informações sigilosas para beneficiar TH Joias. A investigação apontou que TH Joias colaborava com o crime organizado no Rio, facilitando a compra e venda de drogas e armas. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alerj havia aprovado o projeto de resolução por 4 votos a 3, e o plenário da Casa confirmou essa decisão. Para derrubar a prisão, eram necessários ao menos 36 votos, número alcançado com a votação.
A sessão no plenário da Alerj foi marcada por tensão e bate-boca entre deputados. A deputada Dani Monteiro (PSol) iniciou seu discurso afirmando que aquele era “um dia triste para o Parlamento”, o que gerou reação imediata de outros parlamentares. Eles alegaram existir um acordo prévio para que apenas três deputados de direita e três de esquerda tivessem direito a discursos de até 10 minutos antes da votação. O Supremo Tribunal Federal (STF) é responsável pela decisão final sobre a soltura de Bacellar. O projeto agora será publicado no Diário Oficial e encaminhado ao STF.
O deputado Rafael Picciani se absteve da votação, alegando conflito de interesse, já que o STF investiga a chamada Carta Picciani, relacionada à sua nomeação para a Secretaria de Esportes e Lazer do governo do estado. A Tropa do Bacellar, grupo de parlamentares aliados a Bacellar, foi citada durante a sessão, com o PSol acusando-os de tentar cercear os discursos. A decisão da Alerj não encerra o caso, que continuará sob investigação do STF.
