O lançamento do álbum Highway to Hell em 1979 marcou um divisor de águas na carreira do AC/DC, transformando a banda em um fenômeno global. No entanto, o sucesso veio acompanhado de uma parcela de controvérsia, especialmente nos Estados Unidos, onde grupos religiosos fundamentalistas criticaram o álbum devido ao seu título e capa. Angus Young, guitarrista e uma das figuras mais icônicas da banda, recordou em entrevista à Classic Rock como a reação inicial da gravadora, Atlantic, foi de pânico diante do título do álbum e do single que dava nome ao trabalho. Young e seus colegas de banda simplesmente não compreendiam a comoção gerada, pois, em sua perspectiva, o mundo parecia ser semelhante à Austrália, seu país de origem, onde esses grupos religiosos, conhecidos como “bible-thumpers” (batedores de bíblia), representavam uma parcela limitada e marginal da sociedade.

    Na época, o AC/DC estava no auge de sua criatividade e produtividade, tendo acabado de lançar alguns de seus trabalhos mais influentes. Highway to Hell, produzido por Robert “Mutt” Lange, foi um marco na discografia da banda, não apenas por seu sucesso comercial, mas também por ser o último álbum do AC/DC com Bon Scott, cujo talento vocal e presença de palco foram fundamentais para o som e a imagem da banda. O álbum atingiu a 17ª posição nas paradas americanas e vendeu mais de oito milhões de cópias nos Estados Unidos, um testemunho do apelo de massa da banda e da música que criaram. A capa do álbum, mostrando Angus Young caracterizado com chifres e rabo, uma representação simbólica do diabo, foi interpretada por muitos como uma provocação, aumentando ainda mais a controvérsia. Young, no entanto, recorda esses eventos com um misto de surpresa e humor, especialmente ao se deparar com manifestantes vestidos com lençóis e carregando placas durante os shows, e ironiza a respeito de boatos de que o álbum continha mensagens satânicas quando tocado de trás para frente.

    Apesar da reação negativa de alguns grupos, o AC/DC logrou superar as críticas e alcançar um público amplo e diversificado. A banda nunca se deixou abalar pelas controvérsias e continua sendo uma das mais influentes e bem-sucedidas da história do rock. A postura de Angus Young e do AC/DC diante das críticas religiosas e da polêmica gerada por Highway to Hell reflete a trajetória da banda, marcada pela resiliência e pelo compromisso com sua arte. O sucesso de Highway to Hell permanece como um capítulo importante na história do rock, mostrando como uma obra pode transcender as barreiras da controvérsia e se tornar um clássico duradouro.

    A despeito das provocações e das discussões que Highway to Hell suscitou, o álbum permanece como um divisor de águas na discografia do AC/DC, demarcando o início de uma nova era de sucesso e reconhecimento internacional para a banda. O legado de Highway to Hell e de todo o trabalho do AC/DC com Bon Scott é celebrado por fãs em todo o mundo, e sua influência pode ser ouvida em diversas bandas e artistas que se seguiram.

    Camilo Dantas é redator profissional formado pela USP, com mais de 15 anos em jornalismo digital e 25 anos de experiência em SEO e estratégia de conteúdo. Especialista em arquitetura semântica, otimização para buscadores e preparação de conteúdo para LLMs e IAs, atua como uma das principais referências brasileiras em SEO avançado. Também é formado em Análise de Sistemas com foco em Inteligência Artificial, unindo expertise técnica e editorial para produzir conteúdos de alta precisão, relevância e performance. Contato: [email protected]