Uma operação da Polícia Civil do Bahia, realizada em uma residência na cidade de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, no dia 4 de dezembro, levou ao resgate de um homem de 81 anos que era mantido em condições degradantes de trabalho e moradia. Conforme as apurações policiais, o homem funcionava como caseiro do imóvel, onde ficava sob a vigilância do proprietário, que se reservava o controle dos seus direitos e benefícios. De acordo com informações preliminares, a vítima não recebia seu benefício previdenciário, que era retido pelo dono do imóvel.
A descoberta da situação degradante e exploração trabalhista ocorreu após uma longa investigação que levou ao conhecimento da Polícia Civil da situação de exploração do idoso. Após a identificação do local, as autoridades realizaram o resgate do homem e o levaram a um local seguro. O caso foi encaminhado para o Ministério Público do Estado do Bahia e as investigações continuam em curso. Segundo o relato do titular da Polícia Civil, a operação foi realizada com o apoio da unidade de combate às organizações criminosas da corporação policial.
O homem de 81 anos era um dos principais funcionários da propriedade, responsável por realizar tarefas em troca de alojamento e refeições. No entanto, as condições do local onde o idoso vivia não eram aceitáveis, como revelado pelas imagens obtidas pelas equipes de investigação. Em um depoimento, o homem relatou que ficava encarregado de realizar trabalhos pesados, como apanhar frutas e vegetais, sem receber remuneração adequadamente e sem benefícios trabalhistas. O senhor não possuía acesso a seu salário nem aos benefícios sociais, o que gerou uma grande preocupação das autoridades.
A exploração dessa situação de trabalho análogo à escravidão gera preocupação devido à violação dos direitos humanos, como previstos na Constituição Federal, e à desigualdade social que caracteriza esse tipo de caso. Em 2022, o país contabilizou cerca de 42.000 trabalhos em condições análogas à escravidão, conforme dados do Ministério Público do Trabalho. De acordo com o órgão, os trabalhos mais comuns incluem atividades agrícolas, domésticas e aquelas realizadas em locais de serviços gerais.
