Malice, do duo de hip-hop Clipse, causou debate nas redes sociais ao declarar que a inteligência artificial na música é “exatamente o que o mundo precisa, mais falsidade”. A afirmação foi feita em uma sessão de perguntas e respostas no Reddit. A declaração gerou reações divergentes, com alguns apoiando o rapper por defender a autenticidade artística, enquanto outros defenderam a tecnologia como uma ferramenta criativa.
A música criada ou “ajustada” por inteligência artificial está se tornando cada vez mais presente nos estúdios e streamings. A tecnologia pode ser usada para mixagem, criação de samples, geração de vozes ou arranjos. Malice acredita que isso representa uma ameaça à honestidade artística, algo que deve ser sentido pelo público e pelos próprios artistas. Mais de 200 artistas, incluindo Billie Eilish, Katy Perry, Nicki Minaj e Stevie Wonder, assinaram uma carta aberta em 2024 pedindo a suspensão do uso de inteligência artificial para a geração de música sem o devido consentimento ou remuneração aos criadores originais. Eles argumentam que a tecnologia generativa representa um risco real à integridade artística e à justiça econômica.
Por outro lado, alguns artistas defendem a IA como instrumento de inovação. Timbaland admitiu publicamente haver adotado inteligência artificial em seu processo de criação, definindo a tecnologia como “a evolução do sampling”. Kanye West também entrou nessa discussão, afirmando que estava usando inteligência artificial nos vocais em seus últimos projetos. A discussão sobre o uso de inteligência artificial na música está em curso, com diferentes opiniões sobre seu impacto na indústria e na arte.
A resistência ao uso não autorizado de obras protegidas por inteligência artificial também está crescendo. Em 2025, Paul McCartney anunciou o lançamento de uma “faixa silenciosa”, gravada em estúdio vazio, como protesto ao uso não autorizado de obras protegidas por inteligência artificial. O projeto faz parte de uma campanha global contra a banalização da criação sonora. Enquanto isso, a tecnologia continua a se desenvolver e a ser adotada por artistas e produtores, levantando questões sobre o futuro da música e a relação entre a criatividade humana e a inteligência artificial.
