Spartakus disponibilizou simultaneamente no YouTube e nas plataformas de streaming o álbum visual “Livre com Fiança”, obra que condensa seis faixas e sete poemas em um filme-ritual de 35 minutos. O comunicador baiano, radicado em São Paulo, transforma a sensação de aprisionamento gerada por algoritmos em narrativa de autoconfiança: cada ato corresponde a um orixá que guia a passagem de cicatrizes em energia criativa. A estreia coincide com o anúncio de que ele comandará o Pink Carpet do TikTok Awards 2025, cargo que amplia a projeção do projeto fora da esfera exclusivamente musical.
A sonoridade percorre rap, pop, reggae, samba e mpb sem se fixar em gênero, refletindo a ideia de liberdade preceito do título. Na produção musical aparecem RDD, Faustino Beats, Alan du Grave, Filipe Gomes, Bruno Costa e DJ Maxnosbeatz, enquanto a direção geral é de Spartakus, com fotografia de Ricardo Souza, montagem de Marco Antonio Ferreira e pesquisa de imagens por Breno Shinn. A Haus of Spartta assina a execução independente em coprodução com Phono Filmes e Butterfly Coletivo. O resultado é um corte de 2:39:1 com trilho Dolby Atmos que alterna performances coreografadas, depoimentos em voz sobre e imagens de rua de Itabuna, cidade natal do artista.
O histórico de Spartakus como criador negro e LGBTQ+ alimenta a construção do roteiro: desde 2020 ele acumula 134 mil seguidores no TikTok, 337 mil no Instagram e 243 mil inscritos no YouTube, onde costuma discutir cotidiano, pautas raciais e estética queer. “Livre com Fiança” traduz esse acervo em mantra de sobrevivência, utilizando o EP como forma de resistência à padronização imposta pelos feeds. A estrutura em seis atos permite que cada música dialogue com um poema, criando laços entre ancestralidade africana e reflexões sobre autoimagem contemporânea, sempre com o orixá correspondente como fio condutor.
O lançamento segue disponível gratuitamente no YouTube, enquanto o áudio integral pode ser acessado no Spotify, Deezer e Tidal. A escolha por distribuir o audiovisual sem paywall reforça o desejo de maximizar o alcance da mensagem: ao dispensar intermediários, Spartakus mantém o controle narrativo e potencializa o diálogo com públicos periféricos que, assim como ele, experimentam a internet como espaço simultaneamente de visibilidade e vigilância.
