Imagine Sex and the City com toga: Tudo é Justo, nova criação de Ryan Murphy para o Disney+, acompanha quatro advogadas de divórcio que largam um escritório gigante comandado por homens para montar sua própria firma. A promessa? Casos milionários, clientes famosos e brigas judiciais que vão do salão de beleza ao tribunal com a mesma rapidez com que se troca de salto alto. A série estreou em setembro com entrega semanal e, nesta terça-feira 2 de dezembro, às 2h (horário de Brasília), chega ao sétimo episódio da temporada de dez capítulos — ou seja, já dá para maratonar seis delírias jurídicos antes da próxima reunião de amigos.
O que move o roteiro é a mistura de fofoca de celebridade com discussão de poder: aqui, o divórcio é tratado como um esporte dos ricos, onde o prêmio é metade da fortuna (e da fama). Kim Kardashian vive a mais nova sócia do escritório, uma ex-assistente de estrela de reality show que aprendeu a ler contratos entre flashes de paparazzi; ao seu lado, Naomi Watts é a fundadora ambiciosa que nunca perde, Glenn Close dá vida à mentora veterana com réplicas afiadas e Sarah Paulson surge em participações que viram meme antes dos créditos terminarem. Ryan Murphy repete a fórmula que funcionou em Nip/Tuck e Glee: diálogos rápidos, looks deslumbrantes e reviravoltas que beiram o absurdo, tudo regado a trilha sonora pop chiclete.
O diferencial está no tom de comédia escrachada que não leva a si mesmo tão a sério: enquanto discute cláusulas de separação, a série também mostra as protagonistas discutindo qual filtro de Instagram usa a ex-esposa do jogador de futebol da vez. O resultado é um entretenimento leve para quem curte novela de rico sem culpa: dá para assistir de olho no celular e ainda assim não perder o fio da meada. E, como não poderia faltar num produção de Murphy, cada episódio reserva um momento “jaw-drop” — aquele em que você ri, boquiabre e já quer o próximo.
